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Fotos: Pedro Piegas (Diário)/ Enterro ocorreu no interior de Tupanciretã, no cemitério Santa Terezinha
Em um jazigo junto dos avós paternos repousa o corpo da dentista Bárbara Machado Padilha, 32 anos. O enterro aconteceu em um pequeno cemitério na localidade de São Xavier, que fica em uma propriedade rural da família Padilha, no interior de Tupanciretã. O coqueiro solitário que fica ao lado dos túmulos agora divide espaço com dezenas de coroas de flores depositadas pelos mais de 200 amigos e familiares que se despediram de Bárbara ao longo da manhã de quinta-feira.
Por volta de 10h, o corpo da dentista foi levado da capela da funerária São Camilo, onde ocorria o velório, ao cemitério Santa Terezinha, seguido por um cortejo de mais de 50 carros. No cenário isolado do cemitério, o silêncio foi quebrado pelo choro, orações e aplausos da última homenagem à Bárbara.
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Ainda na quarta-feira, a prefeitura de Tupanciretã decretou luto oficial de três dias pela morte da dentista, que foi lembrada com muito carinho por quem esteve presente para dar o último adeus. Emocionado, o tio da dentista João Mário Padilha conta que o sorriso de Bárbara vai fazer falta e que nada vai substituir a ausência na convivência familiar.
- A Bárbara era uma menina meiga, inteligente e com muitas virtudes. A gente sempre notou que ela tinha habilidades, inclusive com desenhos e pinturas. Ela era uma artista. Ela tinha um valor humano muito grande, virtude que hoje em dia a gente não vê muito - comentou. data-filename="retriever" style="width: 100%;">
O marido de Bárbara, Pedro Melo Ribas, foi o último familiar a ver a dentista, ainda na tarde de sábado. Ele acompanhou os trabalhos de buscas dos órgãos de segurança nos últimos dias. Pedro havia notado a esposa mais quieta nos últimos dias.
_ A gente raramente brigava e sempre tinha muito amor um pelo outro. Tínhamos muito planos de construir uma família e ter filhos. Eu queria deixar uma mensagem pra todo mundo: que a depressão é gravissima. Se houver algum indício, é preciso procurar ajuda urgente, porque, se não, pode não dar tempo. Eu cheguei a procurar uma psicóloga para ela, mas não deu tempo - relata.
Pedro agradeceu pelo trabalho de todas equipes que procuraram por Bárbara e por todas pessoas que acabaram se comovendo com a história nos últimos dias. Ele disse estar "despedaçado":
_ Eu queria agradecer o pessoal de Tupanciretã, da Polícia Civil, que desde o início do desaparecimento da minha companheira, eles não mediram esforços, eu acompanhei toda a investigação deles. Queria agradecer também o delegado Sandro, de Santa Maria, que também não mediu esforços nas buscas, e ao bombeiro Brum e ao Castro, da investigação. Os tios da Bárbara que me acompanharam desde o início, a todo mundo de Tupanciretã, de Santa Maria e até do Estado, que se comoveu. A Bárbara está bem e agora é juntar os pedaços, porque eu estou despedaçado _ disse, emocionado.
Roger Padilha, primo de Bárbara, lembra com carinho da dentista. Segundo ele, ela era uma pessoa centrada e muito querida por toda a família, e sempre se destacou por se dar bem com todo mundo:
- Hoje é impossível explicar o que está acontecendo.
Bárbara era casada com o advogado Pedro Ribas, e filha mais velha de Magda e Vilson. Tem um irmão mais novo, Daniel. Ela estudou Odontologia na Universidade Franciscana, em Santa Maria, e trabalhava em uma clínica anexa na casa dos pais em Tupanciretã.
ENTENDA O CASO
Na tarde do último sábado, Bárbara deixou o escritório do marido e foi caminhando para casa em Tupanciretã. Cerca de duas horas depois, quando ele chegou em casa, não a encontrou. A chave dela estava caída, a porta de casa aberta e a bolsa com documentos estava lá. Desde então, a família começou a pedir por notícias da dentista nas redes sociais. A Polícia Civil começou, então, as buscas pela dentista.
A investigação apontou que ela contratou um carro executivo, na tarde de sábado, e viajou até Santa Maria, uma distância de pouco mais de 90 quilômetros. Ela ficou em silêncio na corrida e desceu em um posto de combustíveis no Trevo do Castelinho. Câmeras da loja de conveniência mostraram ela comprando água e chocolate e, depois, deixando o local a pé, caminhando em direção à rodovia.
Desde domingo, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal (PRF) fizeram buscas no local onde ela foi vista pela última vez e de onde, às 5h32min de domingo, o celular dela emitiu um último sinal. O corpo foi encontrado em uma área de mata fechada às 15h15min de quarta-feira. A Polícia Civil acredita que ela tenha cometido suicídio e tinha planos de não ser encontrada.
Nem a bolsa e nem o celular de Bárbara foram encontrados. A Polícia Civil acredita que Bárbara tenha perdido os pertences ao entrar na área de mato fechado. O caso será investigado pelo delegado Adriano de Rossi, da Delegacia de Polícia de Tupanciretã.
*Colaborou Janaína Wille